Por mais oportunidades e direitos iguais

Publicado em: 23 de junho de 2020
Publicado por: Migração do Site

Preconceito, discriminação e exclusão. Essa é a dura realidade que retrata a relação do público LGBTQIA com o mercado de trabalho. Mesmo com qualificação ou a profissionalização exigida, pesquisas e levantamentos sobre as oportunidades profissionais, comprovam o quanto é alarmante a situação das lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, queers, intersexuais e assexuais.
 
Apesar de ser um dos mercados de consumidores que mais cresce no mundo, o público LGBTQIA apresenta que 66% destas pessoas escondem a sua sexualidade no ambiente de trabalho, de acordo com a pesquisa realizada pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA). No mesmo levantamento foi apurado ainda que 33% das empresas brasileiras não contratariam pessoas deste público para cargos de chefia e 41% das pessoas empregadas afirmaram ter sofrido discriminação, por causa de sua identidade de gênero ou orientação sexual.
 
Ciente desse problema social e engajada na inclusão e acessibilidade destas pessoas dentro das políticas públicas da Prefeitura de Pirapora, a prefeita Marcella Fonseca, na última semana, recebeu em seu gabinete duas representantes desta causa para ouvir, pensar e debater medidas específicas para a geração de mais oportunidades para estes piraporenses.
 
“A diversidade de gênero é algo que precisa ser respeitada. Mas além do respeito, é fundamental também a conscientização e mobilização social quanto aos direitos iguais, bem como nas oportunidades que são dadas às pessoas. Ouvir essas pessoas e pensar junto com elas em soluções para mudarmos essa situação desfavorável em nossa cidade e região também é uma das nossas prioridades”. Recomendou a prefeita Marcella Fonseca, que a partir desta reunião com as representantes do LGBTQI de Pirapora, disponibilizou a Secretaria da Família e Políticas Sociais como suporte e mecanismo, na organização necessária para a estruturação de uma associação representativa.
 
Uma das representantes da causa LGBTQIA na reunião, Thaty Beyonce saiu esperançosa, após o encontro com a prefeita Marcella. “Para nós foi muito importante sermos ouvidas pela prefeita. É um primeiro passo importantíssimo para vencermos o preconceito e a falta de oportunidades que enfrentamos”. A outra participante da conversa com a gestora municipal, a transexual Andreia Mortagua classificou como uma conquista este primeiro passo dado, para a organização de uma entidade representativa. “Precisamos de mais oportunidades, sem preconceitos ou discriminação. Com este apoio da prefeita Marcella, nos fortaleceremos para nos organizar e assim conseguir mais espaço”. Concluiu a transexual.
 
Sanções cabíveis
 
A empresa que discrimina o candidato pela orientação sexual ou identidade de gênero pode ser obrigada a pagar uma indenização. Segundo o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho, Fábio Farias, “poderá ser determinado o pagamento de indenizações em dinheiro para o indivíduo atingido. Para os casos de ações do Ministério Público, a indenização em dinheiro é devida à reversão por dano moral coletivo".